terça-feira, 9 de novembro de 2010

Conversas que se ouvem...

Em dias de chuva, a fila na cantina da faculdade para o almoço, aumenta consideravelmente.
É tanta gente, que se torna inevitável não ouvir a conversa de quem está perto de nós.

Três raparigas e um rapaz, que estavam à minha frente na fila, falavam dos emigrantes que viviam em Portugal. Diziam que os ucranianos, chineses, ciganos, brasileiros, vinham para aqui roubar, matar, que não queriam trabalhar, e que por isso deviam ser todos recambiados para o país de origem...

Depois de almoçar, fui até à loja dos chineses comprar um guarda-chuva. O vento forte que ontem se fez sentir, destruiu o meu frágil chapéu-de-chuva. Na loja dos chineses, fui directa aos guarda-chuva. Atrás de mim, vem logo uma das empregadas da loja, chinesa, que esteve todo o tempo disfarçadamente a arrumar uma malas que estavam arrumadas, para se certificar de que eu não roubava nada.
Em lojas de chineses, já não é a primeira vez, e certamente não será a última, que isto me acontece.
Os chineses proprietários destas lojas, são roubados; e não é por clientes chineses, é por clientes portugueses.

Quem é o ladrão então?
Temos de aprender a moderar os nossos comentários, temos de aprender a pensar.

4 comentários:

  1. Somos um país de emigrantes, devíamos saber respeitar os imigrantes.
    Mas isto sou eu...

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  2. Muitos jovens esquecem-se que os portugueses são um povo emigrante.
    Hoje,cada vez mais jovens licenciados começam a ponderar sair do nosso país em busca de trabalho. Espero que esses jovens um dia se o destino os levar a emigrar,que nunca oiçam as palavras que saíram das suas bocas.

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  3. Há uma manifesta má vontade contra os imigrantes, o que é incompreensível da nossa parte,já que fomos durante anos a fio, emigrantes, como eles são agora.

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  4. Os imigrantes em Portugal não são todos má rês. Não é por serem chineses, ucranianos, brasileiros, ou da conchichina que são melhores ou piores. É como em tudo: há bons e maus. É óbvio que há bons e maus imigrantes. Já que os deixam entrar, ao menos que possam ser legalizados, para poderem descontar, ter acesso à saúde e ao ensino de forma decente, e assim, também contribuir com impostos. Uma mão lava a outra.

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